20 de nov. de 2007

Sílabas Eufóricas

Rótulos de remédios são atraentes pelas suas tarjas assíduas. Marcam a silhueta retilínea das caixinhas com cintos em preto ou vermelho, um convite ao contraste. Igualmente os objetos de perfuração espalhados pela casa. Pregos, facas e coisas de metal em geral, fomentam uma estética apaixonada por piercings. Língua, dentes, mordidas. Ouvindo o riff sujo do Seven Nation Army me comovo com a plástica dos objetos em si, com a vida dos inanimados. Insetos gosmentos contrabalanceiam com sonhos e propostas de tatuagens, senão mandalas psicodélicas. Nada perde a vibração intensa de cores efusivas, as responsáveis pelo conforto emocional mais sutil. O prazer em expressar as próprias idéias, usar a alma pelo lado de fora. O inusitado. Viva! É uma questão de novas possibilidades de expressão, sobretudo de protesto, quem sabe ao estilo Cool Hunter. De preferência uma cara amassada para contar aos visitantes sobre as olheiras de amor. Na porta, em letras garrafais, "a morte é natural e a vida é intensa e passageira". De repente, encontrei no preto uma perfeita opção para o segundo plano.