10 de nov. de 2007

A Vida Tem Pressa

Negócios não têm alma. Alma não tem cor. É inútil tentar se enxergar esbugalhando os olhos no espelho do banheiro. Já me perdi inúmeras vezes tentando me encontrar. Em outras ocasiões contei os passos da ponte até aqui, chutando lata de refrigerante para pensar melhor o que falar caso perguntassem. Tornei-me adepto da ironia para confundir a quem poderia convencer. Notícias, esportes, entretenimento e vídeos, algumas inverdades absolutas estão notificando os meus sentidos. Dos presentes me esqueci, se o Papai Noel aparecer digam que fui atrás de uma água de côco com gás. Depois corro pra calçada, o lixo não pode se atrasar. Enquanto isso vão fazendo brinquedo pra ensinar logo cedo como é que se aprende a desaprender. Não me pergunte qual o meu cartão, minha identidade foi roubada. Roubaram o que eu seria. Chega mais perto pra sentir a loja do meu cheiro. Além de insensato, tenho uma sacola cheia de remédios baratos para curar os bons costumes. Nasci de um feitiço, depois o aprimorei. Hoje eu tento limpar o chão das estrelas com pano de algodão doce. Amanhã quem sabe eu pense em sorrir. Trabalhar é mesmo coisa de quem não tem o que fazer.