5 de abr. de 2011

Presenteísmo

O futuro antes transpassava um ideal de estabilidade que permeava os lares e as mentes de parte da juventude que se preparava para a vida adulta.

No entanto, a volubilidade contemporânea trouxe a incerteza do amanhã, de que os casamentos já não mais são para sempre, de que novas tecnologias virão incessantemente a substituir as atuais e que nenhum emprego é fixo. Importa o aqui e o agora. A ênfase é o tempo, o instante que perdura.

A idéia de progresso tida pelo mundo ocidental como uma ferramenta de desenvolvimento, de democracia e de técnica industrial trouxe à contemporaneidade a paranóia da sobrevivência em meio à insegurança e à angústia da incompreensão do mundo.

Tal quadro faz parte de um novo cenário. Mega-corporações monopolizando vários ramos dos negócios; o discurso jornalístico apropriado maciçamente pela publicidade; carros lançados no mercado como xampus, isto é, sem nenhuma mudança estrutural significativa, apenas com “embalagens” diferenciadas; a moda “inverno” em cidades cujo sol forte brilha o ano inteiro; filmes, músicas e videoclipes de igual distribuição pelo mundo inteiro; comida oriental adaptada aos cardápios ocidentais; redes fast-food em antigos países comunistas. imagens de Che Guevara estampadas nas camisetas do mundo fashion; e ausência de traços bem definidos quanto à sexualidade.

Essa infinidade de opções traduz a nova ordem da vivência moderna.

Um comentário:

  1. É tudo mera atualização do que já existe, do que sempre existiu.

    Nada há nada de novo no que se julga hipermoderno.

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