20 de nov. de 2007
Sílabas Eufóricas
19 de nov. de 2007
Perda de Contato
16 de nov. de 2007
Cem Olhos
10 de nov. de 2007
A Vida Tem Pressa
Negócios não têm alma. Alma não tem cor. É inútil tentar se enxergar esbugalhando os olhos no espelho do banheiro. Já me perdi inúmeras vezes tentando me encontrar. Em outras ocasiões contei os passos da ponte até aqui, chutando lata de refrigerante para pensar melhor o que falar caso perguntassem. Tornei-me adepto da ironia para confundir a quem poderia convencer. Notícias, esportes, entretenimento e vídeos, algumas inverdades absolutas estão notificando os meus sentidos. Dos presentes me esqueci, se o Papai Noel aparecer digam que fui atrás de uma água de côco com gás. Depois corro pra calçada, o lixo não pode se atrasar. Enquanto isso vão fazendo brinquedo pra ensinar logo cedo como é que se aprende a desaprender. Não me pergunte qual o meu cartão, minha identidade foi roubada. Roubaram o que eu seria. Chega mais perto pra sentir a loja do meu cheiro. Além de insensato, tenho uma sacola cheia de remédios baratos para curar os bons costumes. Nasci de um feitiço, depois o aprimorei. Hoje eu tento limpar o chão das estrelas com pano de algodão doce. Amanhã quem sabe eu pense
6 de nov. de 2007
Álbum Novo
Infinita tristeza eu poderia sentir se a caixa grande não parasse mais nos andares ímpares. A vida passaria a preto e branco num cair de pingo de chuva em noite de domingo aterrorizado pelos programas de TV. De um lado e do outro, ao avesso ou à vitrine, qualquer um saberia localizar a flecha. De fato, eu me sinto um alvo móvel, uma presa indefesa com codinome de desenho [des]animado. Preso pela força da fragilidade, irradiante nas horas vagas e assíduo nas noites de insônia. Ironicamente, roubo frases de caminhão para rechear de clichês o cotidiano. O fascínio pela megalomania reverbera pelos ares, serve apenas para acalentar sonhos. Quando se pensa grande, os ventos mais fortes sopram ao nosso favor para manter a proporção. A vida deve ser um roteiro inacabado(e muito mal pago, por sinal). Quando a gente se dá conta que é o protagonista, entende porque os coadjuvantes são tão importantes para o andar da estória. Não há ensaio ou corte, daí os erros. Então acordo num videoclipe com o fone de ouvido no máximo para não ouvir o falatório dentro do coletivo. Quem vê a cara de paisagem não sabe onde o pensamento está. Estou concentrado no presente, antigas fotos não mais existem. Cuido das novas como se fossem as últimas.