8 de nov. de 2009

This is Twitter


No twitter, a gente tem vontade de gritar pra todo mundo ouvir. Depois que o maldito sai pela garganta, parece que ninguém te deu ouvidos. Pluft! Um novo post se sobrepôs ao seu e a fila indiana robótica de updates faz o seu sólido desabafo se desmanchar no ar, como os vendedores de capa de celular no centro da cidade. Porque muitas dessas twittadas são meros convites em uníssono. O dono sinalizando a porta de entrada, embora o lar nem sempre esteja ao alcance de todos. Aos carentes, um ouvido; aos fofoqueiros, uma língua adjuntora; aos descontentes, um divã imaginário pouco intimidativo; aos cool hunters, uma nova ferramenta de distinção social e pseudo-intelectual. Uma dessas pessoas que nesse momento está procurando no Manual do Novo Acordo Ortográfico e em frases nietzschianas, uma maneira de desestruturar o seu raciocínio, para que novos conceitos sejam tratados como “racionalidade comunicativa”. Nem sempre quem vê, enxerga bem. Observar e ouvir são duas boas técnicas de aprendizagem, mas dependem, prioritariamente, de uma boa introspecção.

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