14 de jan. de 2009

Humano à Deriva

Ainda tem gente que não sabe o que veio fazer aqui. Fica por aí zanzando de um lado para outro como uma alma penada. É daquele tipo que aperta várias mãos numa noitada e se apaixona a cada novo par de pernas roliças que se aproxima. Embora aparente tranqüilidade, costuma experimentar doses cavalares de vazio e angústia antes de pregar os olhos no travesseiro. Quando o perguntam sobre sua vida amorosa, prefere dizer que anda muito bem sem ninguém. Exala auto-suficiência. O limite é o chão. É pouco capaz de distinguir seus desejos daqueles explorados pelo comercial de TV. Vive os lucros sociais que está na origem da desigualdade entre os demais como se não houvesse constrangimento estrutural algum. Acredita que “vencer” na vida é comprar um mais possante e que cabelo bonito só é possível se for liso. Tem o hábito de depositar fé na razão humana e sandices do discurso científico. Enfim, é um típico humano à deriva. E haja reforço para resgatar tanta gente.

4 comentários:

  1. poxa, manel! estou feliz que agora há por aqui um espaço para deixar comentários. mais que uma forma de exautar o ego daqueles que escrevem, creio que essa seja uma forma bacana de trocar idéias. gosto muito dos teus textos. gosto das críticas dentro de um contexto aparentemente simples, como neste criado em teu texto. (=

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  2. ah, outra coisa: lembrei-me de uma conversa antiga nossa sobre listar blogs pelos nomes das pessoas. hahaha. entendi a importância daquilo. então, já que vim aqui e vi que diferentemente do link o nome do teu blog é "a nova ordem", anuncio aqui que assim que sair desta página farei esta troca e aproveitarei para pedir a substituição do "chaves camila" por "zine colorido". é isso aí! abraços. (=

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  3. Parece que os humanos estão à deriva de si próprios. Se escondem atrás da maquiagem, do photoshop, da lipo ou do sorriso[literalmente] glacial.
    Como se a felicidade viesse de fora pra dentro, numa espécie de osmose midiática.
    Não adianta olhar em volta sem perceber a "beleza" que existe dentro de nós. Essa nos torna singulares e, também imperfeitos(o que nos motiva a aprender com os outros. Ainda bem).



    Belo texto Manel. Apesar da minha dose de achismo suas palavras me fizeram refletir algumas coisas e aproveitei o espaço pra fazer um despejo literal!

    bjo,

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  4. Muita gente mesmo passa boa parte da vida sem saber nem oque é ser humano.

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